Leitores de um mesmo Livro

David Ogilvy

O Leitor

O mesmo livro ressoa de  forma muito diferente em cada leitor (que traz suas outras leituras e vivências) e até no mesmo leitor que, com o passar dos anos, não é a mesma pessoa e nem o mesmo leitor.

A Escolha do Livro

Os livros entram na vida da gente por variados caminhos. Pode existir uma afinidade com o tema; admiração pela pessoa que escreve; vontade de conhecer um clássico ou até mesmo curiosidade de saber porque alguém gostou tanto de determinada leitura.

O último livro que eu li foi uma biografia. Nem é um gênero que me atraia, mas fui motivada por uma indicação muito peculiar. Quem indicou o livro foi um conhecido do meu marido, que foi professor de sociologia na faculdade e, em certa altura da vida, bateu o pino! Ele passou a acreditar que as pessoas que cuidam dele são seus arqui-inimigos e que há mensagens cifradas nas entrelinhas do seu livro de cabeceira.

Fiquei com o nome do livro de que ele tanto falou na minha cabeça e acabei comprando num sebo: David Ogilvy – Uma Autobiografia.

David Ogilvy e seu Livro

Eu nunca havia ouvido falar no tal David Ogilvy, que foi um grande publicitário, considerado “o pai da propaganda moderna”, inspirador dos verdadeiros Mad Men.

Além da sua trajetória – antes, durante e depois do sucesso na publicidade – o livro mostra a personalidade charmosa e cativante do autor.

Segundo o próprio Ogilvy, ele não era um garoto estudioso, nem tinha talentos que chamassem atenção nos esportes ou em outras atividades. Quando saiu da escola, foi trabalhar na cozinha de um grande hotel em Paris, o que, finalmente, lhe teria trazido a disciplina de que precisava.

Além de cozinheiro, foi vendedor de fogões, até ser admitido em uma agência de propaganda em Londres, que ficou impressionada com o manual que ele desenvolveu para outros vendedores de fogões.

Inquieto, decidiu emigrar para os Estados Unidos quando já estava se estabelecendo como publicitário na Inglaterra.

Ao chegar nos EUA, conseguiu se empregar na organização de George Gallup onde aprendeu sobre pesquisas, que agregaram muito conhecimento na sua carreira na propaganda. Lá trabalhou com a análise do que a população queria da vida, o que pensava dos principais acontecimentos diários e quais eram seus hábitos.

Logo, empresas contratavam essas pesquisas, como os estúdios de cinema que passavam a  remunerar seus astros de acordo com os cálculos das suas contribuições para as receitas de um filme.

Enquanto David Ogilvy conhecia as estrelas de Hollywood, a Segunda Guerra Mundial devastava a Europa e ele acabou sendo convocado a auxiliar o governo britânico como conselheiro – por seus conhecimentos sobre a opinião pública americana – e, posteriormente, como integrante do Serviço Secreto do seu país.

Aos 38 anos abriu a agência de propaganda, que se tornou uma das cinco maiores do mundo: A Ogilvy & Mather.

Após ter trabalhado por 26 anos na agência que criou, Ogilvy pôde se dar ao luxo de escolher o lugar perfeito para se aposentar, seguindo alguns critérios:

  • Melhor clima para jardinagem
  • Musicalidade
  • Mais opções para caminhadas e passeios de bicicleta
  • Melhor culinária

Sua escolha foi o interior da França, onde viveu em um castelo durante toda a sua aposentadoria.

O livro termina com algumas receitas dos seus pratos favoritos, como o suflê de limão.

  • 4 ovos
  • 3 colheres de sopa de açúcar fino
  • Suco e raspa de um limão

Bata as gemas com o açúcar, a raspa de limão e o suco por vários minutos. Bata as claras em neve e acrescente à mistura da gema. Despeje em um refratário untado com manteiga e cozinhe durante dez minutos em forno moderado.

Minha Leitura

Nunca vou entender o que a pessoa que me indicou o livro achou mais relevante e interessante na vida de David Ogilvy, mas lhe agradeço por ter me proporcionado algumas horas em companhia desse inglês cheio de histórias, sucessos e ensinamentos.

Boa semana e boas leituras!

 

 

14 comentários sobre “Leitores de um mesmo Livro

  1. Adoro biografias!!!! Mas ainda não li nenhuma… 😂 E detesto marketing… Tem suas utilidades, mas na sociedade do capital, é basicamente uma ferramenta de manipulação em massa… Não tem nada mais perigoso. Bom… O interior da França é decididamente lindo… Beijinhos

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