Mãe e Bailarina

Nem toda mulher quer ser mãe

Tanto tem mãe com açúcar quanto com sacarina

Tem gente boa que não teve mãe

Nem toda boa mãe quis ser bailarina

(Mãe e Bailarina, Mãe do Ludo e Vico, 2019)

“Minha mãe é gozada.

Não tem essas manias de arrumação que muita mãe dos outros tem,

ela até que vai deixando as coisas meio espalhadas na casa, um bocado fora do lugar,

e na hora em que precisa de alguma coisa quase deixa todo mundo maluco,

revirando pra lá e pra cá.”

(Bisa Bia Bisa Bel, Ana Maria Machado, 1981)”

Ana Maria Machado é a 6ª ocupante da cadeira nº 1 da Academia Brasileira de Letras, autora de mais de cem livros para crianças e outros para adultos.  

Uma vez, ela disse que seu livro de maior sucesso de público -Bisa Bia Bisa Bel- surgiu da saudade de suas avós e da vontade de falar delas para seus dois filhos (ainda nasceria a filha e futura ilustradora).

“Eu sou pipsis (príncipe)

Você é pipesa (princesa)”

(Vico, aos 2 anos de idade, explicando, com muito carinho, uma brincadeira para a Mãe)

“Dona mamãe ralha e beija,

Erra, acerta, arruma a mesa,

Cozinha, escreve, trabalha fora,

Ri, esquece, lembra e chora

Traz remédio e sobremesa

Tem até pai que é tipo mãe

Esse então é uma beleza!”

(Se as coisas fossem mães, Sylvia Orthof, 1984)

“…Mamãe foi filha única de pais separados, não sabia lidar com família. A gente teve que aprender junto com ela. Depois, quando ela tinha 40 anos, papai morreu. Nós tínhamos 14, 12 e sete anos. Aí, faltava pai, marido, trabalho, grana. Depois, muitas outras faltas. Mas o que ficou mesmo de mais importante foi nunca desistir de acreditar no amor, na vida e na liberdade… Ela conseguiu dar a nós o que ela nunca teve: irmãos amorosos e amigos… É pieguice, mas é verdade.”

(Claudia Orthof, filha da escritora Sylvia Orthof em entrevista sobre a mãe)

Te amo

(Ludo -outro dia e muitas vezes- sem ser Natal nem Ano Bom, para a Mãe)

“Não é mesmo distraída a alegre vovó Guida?

Para dar de beber ao gato,

Pôs o leite no sapato,

E no pé – coisa maluca!

Ela pôs sua peruca.”

(A alegre vovó Guida que é um bocado distraída, Tatiana Belinky, 1988)

“Eu tive uma infância boa. Meus pais eram filhos de gente abastada. Meu pai, quando menino, tinha um cavalinho dele, um pônei, só para ele, porque o pai dele era dono de cavalos e carruagens… Ele foi o décimo quinto filho, num tempo em que as famílias tinham 15 filhos. Minha mãe também teve 14 irmãos. Só que a mãe dela, minha avó, foi mais prática, teve vários gêmeos. Já com a mãe do meu pai foi de um em um, coitada…”

 (Tatiana Belinky, aos 87 anos, para a Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial)

“Quando eu crescer, quero ser mãe e bailarina

(Mãe do Ludo e Vico -aos 6 anos- revelando dois sonhos para sua inspiradora Mamãe)

 

26 comentários sobre “Mãe e Bailarina

  1. Que documento maravilhoso tens aqui, Mãe do Ludo e do Vico! E que apropriado pseudónimo! 😀
    Gostei muito dos pequenos detalhes entrelaçados, das vidas de outras mamães, que por acaso escreviam, sobre outras mamães, e do Ludo e do Vico, e da antiga futura mamãe do Ludo e do Vico! 😀

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