Quando eu era adolescente (idade em que mais se depende dos grupos, amizades e namoros para o amor próprio florescer) meu pai me disse que eu precisava encontrar satisfação em atividades que não dependessem de companhia.
Criança se diverte dando nome e enredo a um cotonete, mas, durante os anos da juventude, basta um dia sem alguém da mesma idade com quem se possa trocar ideias, afeto etc. pra começar a murchar ou espetar os mais velhos.
Sinto que jovens (e crianças) de agora não vivenciam tanto a solidão e o tédio, importantes para o autoconhecimento, pela possibilidade de acesso à internet 24 horas por dia.
Não proíbo, nem fico condenando o uso da rede pelos meus filhos, mas achei interessante essa notícia sobre a “medida de desintoxicação” que a França adotou para banir celulares nas escolas públicas, O objetivo aqui foi diminuir as distrações, com ressalvas para algumas atividades pedagógicas ou necessidades especiais de alunos.
Distrações são momentos de lazer, que podem ser preenchidos com ou sem companhia.
Meu marido usa pouco a internet e afirma que a melhor distração pra ele é estar comigo. Coisa linda, né?:D
Acho que uma companhia agradável, além das trocas de afeto e experiências, é a que sabe viver construindo pequenas alegrias, que não dependem necessariamente de alguém ou de aprovação, que não seja a própria.
Faço esse exercício escrevendo posts para o Ludo e Vico, trabalhando com feltro, desenhando e colorindo, lendo livros, revistas e posts, fazendo pastinhas no Pinterest, olhando a natureza…
Essas curtas férias me inspiraram a escrever sobre as distrações que ampliam nossos universos particulares.
Quais são suas distrações particulares?
*A primeira imagem faz parte das ilustrações de Federico Maggioni para o livro 24 horas na vida de uma mulher, de Stefan Zweig, que eu li nas férias;)