
O post desse domingo é sobre um artigo da revista Psychologist Today, de dezembro de 2017, livremente traduzido e adaptado por mim a seguir:D
O título do artigo, de Rebecca Weber, é “Fuja da armadilha da comparação: Como ser feliz apenas sendo você mesmo”.
Apesar do título, o artigo explica a importância da comparação com os outros, pois essa é a forma como a mente humana mensura sua própria identidade.
A teoria da comparação social desenvolvida em 1954 pelo psicólogo Leon Festinger descreve que o impulso para a comparação foi uma necessidade para a evolução da espécie. Esse impulso nos protegeu e ensinou a avaliar ameaças.
Quando nos confrontamos com os outros, reconhecemos automaticamente quem somos, nossas habilidades e também nossas fraquezas.
Os alvos para a comparação normalmente são as pessoas com as quais mais nos identificamos, além daquelas que fazem parte do pequeno universo ao qual pertencemos, como os amigos, parentes e vizinhos.
As comparações que mais nos atingem são relacionadas aos assuntos que priorizamos, como a aparência, as conquistas profissionais, os relacionamentos, a situação financeira e, até mesmo, questões e metas mais específicas, como a quantidade de likes no Instagram ou de artigos acadêmicos publicados.

Algumas comparações nos causam efeitos positivos
- Quando existe um reconhecimento de que somos melhores em alguma atividade do que as demais pessoas do nosso círculo social, nossa autoestima floresce.
- Outra situação positiva ocorre quando as conquistas de alguém que admiramos servem de inspiração e motivação para melhorar nossas próprias vidas.
As comparações, no entanto, podem ter efeitos negativos, que geram um sentimento crônico de inferioridade e depressão.
Quando dependemos dos outros para reconhecermos nosso valor, precisamos de feedback positivo ou símbolos de status para nos sentirmos bem, corremos o risco de nos deprimirmos.
A boa notícia, segundo os pesquisadores da Universidade de Essex e Cambridge é que essa necessidade de participar de processos de comparação com os outros diminui com a idade.
O novo problema, inclusive para os adultos, são as redes sociais que criaram um mecanismo de se comparar o tempo todo de forma bastante adolescente, alimentando esse hábito que devia ter passado com a idade.
Nos adolescentes há uma boa desculpa para essa necessidade de ser avaliado pelas redes sociais. É que existem várias regiões do cérebro que buscam e produzem recompensas sociais e algumas estão hiper ativadas nessa fase da vida.
As recompensas sociais ligam a dopamina no cérebro quando sentimos que recebemos atenção e somos apreciados pelos nossos pares ou encontramos semelhanças com pessoas que admiramos.
A dopamina vicia o cérebro adolescente e pode ser a responsável pela dependência dos jovens (e, atualmente, de adultos) nas redes sociais.

Como vencer esse vício?
A diretora do Centro de Pesquisas em Compaixão e Altruísmo da Universidade de Stanford, Emma Seppala, esclarece que não é o tempo que se passa nas redes sociais que importa, mas a forma como usamos as redes sociais.
Quando somos passivos observadores da vida alheia nas redes, nos sentimos menos felizes. A comparação com as vidas idealizadas que são postadas nos faz esquecer de aproveitar nossas vidas.
Por outro lado, as contribuições que podemos fazer compartilhando e interagindo produzem felicidade, assim como o contato com pessoas queridas que não estão próximas fisicamente.
Como se proteger da armadilha da comparação?
O artigo responde a pergunta:
A melhor maneira de se proteger da armadilha da comparação e de conseguir sair dela é desenvolver e manter a certeza de quem você é, independentemente de qualquer feedback.
“Saiba quem você é, seus valores e preferências, quando ninguém toma conhecimento disso.”
Tenha orgulho de quem você é quando não está sendo observado.
Espero que o post ajude a refletir.
As lindas imagens são reproduções de pinturas de Renoir e Degas que eu tenho em porta-copos:D
Bom domingo!