Quero Ser Body Positive

Esse Blog já comentou algumas vezes sobre corpo, fomes, positividade corporal e neutralidade corporal, em forma de poesia, de conversa, por palavras e imagens.

Há alguns anos decidi que queria ser Body Positive e descobri muito sobre mim, sobre outras mulheres, sobre ser dona do meu corpo e da minha vida nesse processo.

Quero Ser Body Positive é o livro que eu acabei de publicar na Amazon sobre o caminho que eu percorri para aceitar e amar o corpo que eu tenho do tamanho que ele é, com saúde, representatividade e conforto.

Compartilho as primeiras páginas do Livro aqui no Blog. Espero que vocês gostem!

Beijos

Mariana

Há cinco anos eu estava me questionando se tinha que tentar emagrecer (como sempre) ou podia tentar ficar satisfeita com meu corpo.

Eu só comecei a ter essa dúvida porque já existia o movimento Body Positive: a opção de viver em paz com meu corpo sem ter que ser uma pessoa magra.

Body Positive é um movimento criado nos Estados Unidos na década de 1990, inspirado por outro movimento, o Body Positivity dos anos 1960.

O movimento da década de 1960 lutava contra o racismo, o capitalismo e a indústria da dieta, de forma subversiva, por meio do amor pelo próprio corpo, mesmo que ele fosse discriminado pela mídia.

O Body Positive, dos anos 1990, correu o mundo com a ajuda de empresas como a Dove, pioneira nas campanhas publicitárias com mulheres de corpos reais.

Ele parece uma forma que as próprias empresas criaram para se desculpar (e também lucrar) com as mulheres depois de décadas de ataque à autoestima delas.

Acontece que muita gente boa aderiu ao movimento para repensar a relação que temos com os nossos corpos e ocupar as redes sociais sem esconder a barriga.

Então tá. Eu achei que tinha o direito de ser gorda por causa do movimento Body Positive. E depois?

A verdade é que eu não recebi aplausos pela decisão, não foi rápido e não foi fácil.

Mesmo morando em uma cidade grande não encontrava roupas bonitas pra mim e só via gente mais magra que eu na TV, na internet e até na rua.

Resultado: perdi a vontade de me cuidar, de pintar o cabelo, de usar maquiagem, de me depilar e de sair de casa.

Hoje eu percebo que me sentia maior do que eu realmente estava, mas ainda que eu estivesse muito gorda, meu corpo não merecia ser abandonado.

Cerca de dois anos depois que decidi ser gorda, me mudei para o interior, pelo custo de vida e pela segurança. Consegui um trabalho que foi maravilhoso. Estava tudo acontecendo como eu sonhava. Era amada em casa e realizada na profissão, mas continuava me escondendo debaixo de moletons e isso não era o que eu queria, principalmente no verão.

COMO ALGUÉM SE TORNA BODY POSITIVE?

A grande demonstração de respeito e aceitação das minhas medidas foi o dia em que mesmo sem ter os vestidos XL ou GG dos sonhos, me desfiz de grande parte do que tinha no armário seguindo os ensinamentos de um livro de organização pessoal:

  • Guardei as poucas peças que ainda me davam felicidade;
  • Reconheci o desejo de cuidar melhor de mim;
  • Agradeci o que estava descartando, pois já tinha feito parte da minha vida.

Demorou um tempão pra repor as roupas no armário, mas eu fui improvisando com o que sobrou.

Aceitei que seria um longo caminho e que daria trabalho ser Body Positive, mas abracei a causa porque achava que valeria a pena e ainda acho.

Quero Ser Body Positive é minha trajetória para me amar, com meu corpo, minha personalidade, meus gostos e valores.

A conquista desse amor veio com teoria, prática e persistência até eu me sentir confortável para passear de mãos dadas comigo.

Três conceitos foram fundamentais nesse processo Body Positive: Representatividade, Conforto e Saúde.

Representatividade, Conforto e Saúde foram os três pilares que me orientaram a seguir a vida sendo gorda sem sentir que deveria deixar de ser gorda para ser feliz.

Representatividade, Conforto e Saúde também são as bases de tudo o que eu escrevo aqui.

Com a proposta de mostrar como consegui ser Body Positive e te orientar a chegar lá, desenvolvi o livro em capítulos que terminam com exercícios e sugestões.

Desejo que minhas palavras Body Positive abracem seu corpo e o deixem ainda mais bonito.

Mãos à obra!

Por Dentro e Por Fora

Com tempo para escrever um pouco e me lembrar do que me guia

Penso no Vico que bem novinho me disse um dia que antes não se sabia

Achei tão profundo o pequeno descobrir quem é nesse mundo

Quem pensa que vai ser alguém é porque não se sabe bem

Eu me vejo por fora e por dentro diferente nesse exato momento

Morremos e nascemos diariamente, reinventando o pensamento

Hoje estou assim

Vista por dentro e por fora de mim

Miniaturas

Minhas criaturas

Jogos improvisados

Doces delicados

Hiragana, Kanji e Katakana

As velhinhas Marina e Mariana

Poesia do outro dia

Quando eu pouco me conhecia

Folhas de outono e agosto do Ipê

Ainda conversando em rimas com você

Com amor

Amor bom não é desmedido

É ajustado nas palavras

Acerta o passo, o olhar e o sorriso

Elogia a gosto

Põe as duas mãos no rosto

Percebe com apuro

Se dorme ou espera no escuro

Sabe ser por escrito ou falado

Toque suave ou apertado

Bolo caseiro ou perfume comprado

Atenção diária ou gesto inesperado

Quem ama só de um jeito

Perde a linha do desejo

Não reconhece a beleza do defeito

Dá sempre o mesmo beijo

Papeizinhos amarelados

Que adolescente tem segredinhos não é novidade.

Hoje eu estava conversando com meu marido sobre diários. Eu já até escrevi sobre o tema aqui e como era incomum, pelo menos há uns vinte e tantos anos, meninos escreverem diários.

Ele me perguntou qual era a real intenção das meninas ao escreverem um diário porque se era pra ser segredo não deveriam escrever.

Aí é que entram meus papeizinhos.

Sabe a música “Paranoia” do Raul Seixas?

Caso não saiba ou não se lembre, tem uma parte que é assim:

“Se eu vejo um papel qualquer no chão
Tremo, corro e apanho pra esconder
Com medo de ter sido uma anotação que eu fiz
Que não se possa ler
E eu gosto de escrever, mas…
Mas eu sinto medo!
Eu sinto medo!”

Eu ainda acho sensacional a letra dessa música.

Fazia todo o sentido querer colocar para fora do corpo as ideias e emoções para que elas fossem materializadas e organizadas numa folha de papel. O que não queria dizer que devessem ser compartilhadas. Os diários com cadeado que as meninas dos anos 1980 faziam tinham esse propósito. Se não tinham, eu estava enganada até agora.

Antes e depois de ter um diário, minhas observações, desejos e projetos eram anotados em papéis avulsos e me apavorava a ideia de que alguém pudesse encontrá-los. Eu não era organizada e nem conseguia manter um caderno do início ao fim para as matérias da escola. Ainda tenho alguma dificuldade com cadernos. O diário teve o mesmo destino. Era mais um enfeite mesmo. Continuei com os papeizinhos.

Hoje eu não tenho ideias pra esconder, nem me preocupo com as descobertas que alguém possa fazer a meu respeito.

A emoção de ter um pouquinho de loucura escondida num papel virou nostalgia…

Boa Semana!

Beijos

Provocações

O título é apenas para destacar a série de vídeos no Youtube com o ator e diretor Antonio Abujamra em que, ao final do programa, ele fazia a pergunta “O que é a vida?” para seus convidados.

Quando a resposta era elaborada, filosófica, poética, ele repetia a pergunta: “Fulano, o que é a vida?” e o convidado ficava sem graça e tentava melhorar ou simplificar o que havia dito.

Eu fiz essa pesquisa na internet para minha única aluna adulta, com quem eu gosto de trocar ideias sobre variados assuntos. Ela já tem um ótimo entendimento da nossa língua e quer se aperfeiçoar na gramática e na conversação.

Outra pergunta do Abujamra para os seus convidados era se a felicidade é uma ideia ultrapassada.

Entre tantas ideias ultrapassadas, como preconceitos, padrões de normalidade e de sucesso, a felicidade não seria a minha escolha de provocação, se eu fosse o Abujamra, mas eu continuo gostando do programa dele, que se foi há alguns anos.

A melhor justificativa que eu consegui achar para a felicidade como ideia ultrapassada foi: “buscar o sentido da vida e não a felicidade é o que faz você viver melhor.”

Eu não sei o que é a vida, mas as pessoas entrevistadas também não sabiam.

Minha felicidade ou meu sentido da vida é ver quem eu amo feliz e saborear o processo de criar minhas aulas, meu lar, meu lanche, esse texto…

A pandemia, pra quem cumpre o isolamento, trouxe para a sala de casa essas ideias adormecidas pela própria vida.

Poema sobre a vida, do Mario Quintana, lido pelo Abujamra,  talvez seja a resposta certa para a primeira pergunta, mas mesmo que não seja, tem o mérito de produzir felicidade em cerca de um minuto.

Boa semana!

Fomes

Antes de mais nada, preciso dizer que estar gordinha não é sempre um problema, então não vivo questionando minhas fomes.

Para as pessoas que eu amo tanto faz quanto eu peso na balança.

Não tenho problema de saúde nem de falta de disposição.

O real problema das minhas fomes e de estar gordinha é não ter as mesmas opções para me vestir que eu tinha com o corpo mais magro.

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Foto por Jessica Gaudioso em Pexels.com

Acho que estou reclamando de barriga cheia, mas resolvi escrever sobre as minhas fomes pra tentar me relacionar melhor com elas.

Então, pense comigo se você tem essas fomes ou outras fomes e como elas dirigem sua alimentação e sua vida.

Fome de Viver: Tenho fome de viver de forma macia, mais pra mal passada, na manteiga, com acompanhamento, sem picles, nem ketchup, nem grandes expectativas, que pesam e deixam um gosto estranho na boca. Essa fome também inclui cheiros, toques, sons e imagens como Lavanda, um Abraço, o canto do Japu Preto e uma Floresta de Araucárias.

Fome de Leão: Essa fome que aparece quando pulo refeições, bebo pouca água, durmo mal, como muito mais carboidratos do que proteínas ou quando vejo fotos ou vídeos de comidas quase pornográficas de tão apelativas.

Fome de Gol: A fome de alcançar os desejos imediatos. Essa é a fome dos ansiosos. Lembra aquele teste em que as crianças têm que esperar sem comer o doce para ganhar outro doce? Não sei se quando eu era criancinha esperaria. Hoje eu não espero.

Fome de poder: Essa acho que eu não tenho.

Fome do Coração: É a das comidas bestas que insistimos em engolir quando sentimos tédio, tristeza, tensão (pré-menstrual ou outras tensões), medo, cansaço, preguiça e outros buracos existenciais.

Nem todas as fomes que eu listei me prejudicam, mas ainda assim, acho que posso diminuir a fome de leão, a fome de gol e a fome do coração.

Quem tiver alguma sugestão (que não seja dieta) pra diminuir essas fomes, escreva nos comentários, por favor.

Se você souber ou tiver outras fomes, compartilhe comigo!

Obrigada pela Leitura e Bom Final de Semana!

Português para Crianças

Estou de volta ao blog, depois de bastante tempo afastada, e trago novidades e sugestões!

Fui privilegiada por participar do Projeto Paiol de Histórias da escritora Lygia Bojunga. Vivi intensamente essa experiência quase fictícia de tão boa. Ensinei e aprendi muito e recebi tanto afeto que tenho imunidade a eventuais rejeições de alunos.

Foi muito bom e talvez volte a ser. Com a Pandemia não sabemos o futuro de algumas atividades.

Eu mantenho o contato com as turmas por whatsapp onde troco mensagens de saudades, envio atividades e recebo ideias para, quem sabe, colocarmos em prática no retorno.

Sinto muita falta do contato com meus alunos, mas também descobri outros alunos online pelos quais já fiquei extremamente apegada. Isso nem é novidade. Eu era apaixonada pelos pequeninos numa escola onde trabalhei e lembro com carinho deles até hoje.

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O motivo desse post, além de me ufanar de ser uma professora muito amada, é trazer sugestões de músicas e filmes (curtas) disponíveis no Youtube para aproximar da língua portuguesa as crianças que, por circunstâncias dos pais, vivem em países com outros idiomas pátrios.

Algumas famílias não querem que os filhos percam o contato com o idioma português e outras precisam que os filhos aprendam nossa língua antes de se mudarem para cá.

Eu ensino cada criança de um jeito e gasto um bom tempo pesquisando e preparando as aulas. Nas minhas pesquisas descobri material de qualidade que motiva meus alunos.

Os filmes (curtas) também agradam aos adultos. Tenho uma aluna adulta que é um doce e que gostou desses e de outros curtas brasileiros que apresentei.

Sugestões de músicas:

  • Palavra Cantada

Bicho Folha e Bicho Pau

O Vira

O Caranguejo e o Cravo e a Rosa

  • Cocoricó

Avó a bordar

Galinhas Globais

Vitamina Tutti Frutti

Sugestões de Filmes (Curtas)

Observação: Lé com Cré é muito fofo, mas exige que a criança esteja com vocabulário maior e que até conviva com pais que falem português em casa.

Bom, por hoje é só. Quem tiver outras sugestões, pode compartilhá-las aqui, por favor. Quem quiser saber mais sobre as minhas aulas de português online ou apenas quiser perguntar sobre atividades para realizar com os filhos em português, pode entrar em contato comigo pelo e-mail falecomludoevico@gmail.com

Boa semana!

Beijos!